No domingo, dia 19, eu com minhas malas, embarco para a cidade de Porto Alegre, onde haveria uma festa dos amigos usuários do Bestlife.
O outro lado da história que contarei é em relação a minha primeira viagem e saída de casa depois destes 2 anos de tratamento que venho fazendo.
Parece a coisa mais simples do mundo entrar num ônibus...
No dia anterior, no sábado, eu já estava passando mal de tão nervosa, de medo do que poderia acontecer. Por quê?
Aqui eu tenho meus pais que me cuidam, ou as enfermeiras na clínica ou em qualquer pronto atendimento e parecia, que eu ia sem nada, de mãos atadas e completamente sozinha.
Sozinha, este é o pior termo que um borderline pode utilizar.
Deixei para decidir em cima da hora se ia ou não, afinal tinha a Niva e a Bethes de São Paulo que vieram só para a festa e para nos conhecer, seria de mal gosto se eu não fosse...Porto é perto, duas horas de viagem, que parecem anos de vida.
Mas fui tranquila, embarquei no ônibus numa boa....(não tanto assim ), e rezando para que não me desse nenhuma crise ou mal-estar.
Fui comendo a viagem inteira....assim eu aliviava a tensão e não pensava muito no que poderia acontecer.
A Nilza me esperava já na Rodoviária, uma amiga muito querida, diga-se de passagem.
Até aí tudo parecia normal, fomos buscar outra colega, seu marido e filhos para irmos na casa da orquidea. O nome dela eu deixo para lá porque conheço ela sempre como orquidea, é como chamo ela.
Dia chuvoso, cidade que eu honestamente odeio, antiga, suja, perigosa.
Por meio de diversas correrias atrás de ônibus e tal, enfim, chegamos na casa da Orquidea.
Ela é um amor, a Bethes, a Niva a Nilza, todo mundo.
Mas começaram os problemas.
Quando você tem síndrome do pânico e sai do ambiente de que é acostumado, tudo é motivo de problema. Imagina que havia saído de casa!!!! E da minha cidade, pior ainda!
Mas a Orqui cozinha muito, mas muito bem, de almoço foram diversos tipos de carne, o delícia!!!!
No meio do almoço, todo aquele alvoroço e correria, eu comecei a me sentir presa, e comecei a passar mal, daquelas em que começa a suar frio, a tremer de medo a faltar o fôlego. Precisei sair correndo porque parecia que estava sendo sufocada por tudo.
É chato você ir à casa de uma pessoa e acontecer isso. Já estava mais ou menos previsto, pois seria minha primeira saída sozinha, digamos assim.
Fui pro quarto, tomei meus remédios, respirei e fiquei um bom tempo por lá, até tudo se acalmar.
Depois tudo voltou ao normal, o almoço, as sobremesas (como eu comiiii), os comes da tarde e...
Chega a noite. A princípio eu ia ficar na casa da Orqui, mas como vi que passei mal de tarde, à noite a coisa poderia piorar. Decidi ir embora e ninguém dava sinais de querer ir, realmente a festa estava ótima. Pegamos o ônibus creio que umas 9 e 20 da noite e eu fiquei nervosa mesmo, porque só poderia ir para casa no ônibus das 11:30 porque nos atrasamos.
Mesmo com a Nilza do meu lado, aquela cidade parecia o fim dos tempos.
Chegar em casa foi como ter ganhado um tesouro, sua cama, suas coisas, suas proteções....Dormi até o dia seguinte e a tarde toda também.
Mas para que ter traduzido ou repassado tudo isso? Sei que foi um grande passo dado, com certeza, mas sair do ninho pode ser mais doloroso do que se pensa. E como é.
Mas valeu a experiência, assim, eu pude ver que não posso sair correndo para longe e de tudo porque na metade do caminho eu irei tropeçar. Ainda precisa ser um pé na frente do outro e não correndo, que daí a coisa piora.
Eu tenho muito medo ainda, e acho que vai demorar um pouco para passar....mas vou tentando ir pelo caminho mais seguro. E nem sempre é tão seguro assim.
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